A melhor amiga. Todo mundo tem e sabe que a vida fica mais leve por causa dela. Ela é aquela pessoa que encontrou mais fácil que os outros a porta dos nossos afetos, não se acanhou e foi logo entrando. Não que o amor possa ser categorizado, mas no Livro do Amor, “amor de amiga” é um capítulo que fala de um sentimento desinteressado. Melhor amiga é uma espécie de alma gêmea, ela nos entende como mais ninguém. Elas sabem direitinho do que estamos falando quando contamos sobre uma cólica terrível, ou uma vitrine imperdível, quando falamos das nossas dores e dos nossos amores. Nos olhos da nossa best friend a gente se vê com mais frescor, se vê um pouco mais menina. Amor de amiga é um gostar com ares de boas-vindas.
Melhor amiga pode ser a mãe, a irmã ou aquela querida que esbarrou na nossa vida. O fato é que só pra ela a gente empresta aquela bolsa linda e a nossa confiança absoluta. Pra melhor amiga emprestamos nossos livros, nossos discos, e em caso de urgência, emprestamos até a escova de dentes. A gente só não empresta o namorado porque namorado não se empresta. Mas pai, mãe, vó, papagaio e piriquito, tá tudo liberado e vira uma grande família. Melhor amiga, ás vezes, é até mais que família. Com ela serão divididas todas as alegrias, alegria que só será completa mesmo com ela por perto.
Melhor amiga mesmo a gente só tem uma. Não é afeto de menos à todas as outras amigas, é afeto à mais por essa pessoa em especial. Porque é só pra ela que a gente liga quando o corte de cabelo ficou estanho, quando passou por aquele desengano, ou quando parece que o mundo caiu. Pra melhor amiga dá pra abrir a porta de casa à qualquer hora, mesmo que a casa esteja um caos e a gente, um trapo. Será ela quem vai fazer um chá milagroso, quem vai abrir as janelas, beijar sua dor e mandar você respirar. É nos seus braços que a gente vai desabar. A melhor amiga vai estar do seu lado no hospital, no velório, e se bobear, vai junto até pro sanatório caso dê tudo errado e só nos reste pirar. Afinal, quem é que vai entender as tiradas, comentar a novela e ouvir pela milésima vez as ladainhas dos amores perdidos por ela? Você, claro!
Se você resolver fazer algo de acerto duvidoso, ela vai falar: _ garota, tu não vai fazer isso, vai? – mesmo sabendo que você vai fazer e será ela quem estará la, no portão dos maus ocorridos para, não sem antes dizer: _ eu não te disse?- te abraçar, e vai ser pra ela que tudo você vai contar. Sem reservas. Tudo que a gente não comunica ao mundo porque muitas vezes o mundo é um lugar hostil e deseducado, que vira um bom lugar porque ela nos ajuda a limpar as nossas vidraças, metafóricas e até as literais. Porque melhor amiga é esforço duplo, é a gente em dobro, é cumplicidade. Se a felicidade é feita de simplicidades, melhor amiga é uma das coisas mais simples do mundo. E de maior valor agregado. Com ela a gente faz terapia, tem consultório sentimental, consultoria de moda, troca receitas, risadas e os afetos de melhor qualidade.
Nossa melhor amiga não vai nos julgar. Ela vai entender nossas razões mesmo quando a razão não estiver exatamente por perto. Porque melhor amiga tem orgulho da amiga, independentemente. Ela vai proteger, defender, compreender e até se comprometer por você. Instituição de reciprocidade, a melhor amiga é a irmã que a gente foi lá na vida e escolheu. Acolheu. É a flor que a gente colheu pra alegrar nossas alamedas existenciais. À melhor amiga cabe um agradecimento maior, cabe o reconhecimento de que se há perfume de amizade no ar, a culpa é toda dela, que além de ser linda como uma flor, tem esse perfume de amor.
terça-feira, 2 de outubro de 2012
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Meu adorável
Bom humor é qualidade que vale por dois. Talvez duas vezes dois, ou mais. Bom humor é sinal de saúde. Sinaliza que a mente busca recursos criativos para processar o que os sentidos percebem. Enquanto os sentidos se divertem, o sistema imunológico agradece, renovado. Poderoso, o bom humor é uma emoção que aumenta com o hábito de cultivá-lo no dia a dia, encompridando a sensação que as coisas boas despertam. Ter bom humor é saber permanecer na alegria dos acontecimentos, é demorar-se no que dá certo, é saber evitar o prolongamento das mágoas, é ter a sabedoria de manter a ingenuidade como uma qualidade positiva.
O bom humor faz das pessoas seres mais adoráveis. Pessoas adoráveis são seres recheados de bom humor. Suas mentes regadas por essa corrente do bem são mais rápidas, mais atentas e mais fortes. São mais livres e criativas por causa da predisposição para o riso. Pessoas adoráveis despertam o sorriso e o riso. Adorável é esbarrar no meio da tarde com aquele alguém solar, generoso que nos acrescenta de alegrias elementares:
Você me conduz para o lado bom do dia. Se tem sol, fala da praia, do entardecer, da linda cor que está o céu. Se tem chuva, fala de um bom filme, da delícia de não fazer nada, de como o ar está mais fresco. Se é segunda-feira, fala que a semana promete, me convida para uma cerveja. Se é sexta-feira, me convida pra sair. É dom. É o dom do bom humor. Seu olhar é treinado na prática de olhar bonito para a vida. Se a gente está bonita, o adorável me diz que estou linda, se estou meio feiosa naquele dia, ele me faz sentir, mesmo assim, maravilhosa. Você vai do detalhe à abrangência de uma paisagem toda, ampliando ângulos em busca do que faz feliz. Se você fica mal? Certamente! A pessoa adorável é muito sensível. O que o difere é que você não faz alarde, não se demora na dor. Não a propaga. Ver humor no que não está dando muito certo é uma ótima maneira de ver uma situação por uma prisma inesperado. Adoráveis são os divertidos que enquanto se divertem vivendo, entendem o preciosismo das coisas menores e a importância de baixar a expectativa do olhar.
Disponíveis e calorosas são as mãos do adorável chamando para fazer a ciranda rodar.
O adorável me distrai e me atrai. Dádiva do bom humor que faz o belo parecer mais belo, o alegre parecer mais alegre e o humano, mais humano. Ter bom humor é assumir o risco de ser feliz, pé ante pé, sem ter medo dos tropeços, dos preços e dos eternos recomeços. Adorável é ser meio bobo e conseguir rir de si mesmo. Adorável é aquele que nos faz ver o bobo que reside também em nós. O adorável, portador do estandarte da alegria e do bom humor, é você que faz tudo parecer um pouco mais especial. Coisa de gente bonita.
Você meu amor, é o adorável da minha vida. Portador da felicidade e esperança de que tudo pode ficar bem. Criança que não cresceu e acrescenta ao meu dia o açúcar do amor verdadeiro. Adulto que sabe resolver os problemas e me diz que vai dar tudo certo. Faz da minha vida bonita, alegre, verdadeira, apaixonante e inexplicavelmente adorável!
O bom humor faz das pessoas seres mais adoráveis. Pessoas adoráveis são seres recheados de bom humor. Suas mentes regadas por essa corrente do bem são mais rápidas, mais atentas e mais fortes. São mais livres e criativas por causa da predisposição para o riso. Pessoas adoráveis despertam o sorriso e o riso. Adorável é esbarrar no meio da tarde com aquele alguém solar, generoso que nos acrescenta de alegrias elementares:
Você me conduz para o lado bom do dia. Se tem sol, fala da praia, do entardecer, da linda cor que está o céu. Se tem chuva, fala de um bom filme, da delícia de não fazer nada, de como o ar está mais fresco. Se é segunda-feira, fala que a semana promete, me convida para uma cerveja. Se é sexta-feira, me convida pra sair. É dom. É o dom do bom humor. Seu olhar é treinado na prática de olhar bonito para a vida. Se a gente está bonita, o adorável me diz que estou linda, se estou meio feiosa naquele dia, ele me faz sentir, mesmo assim, maravilhosa. Você vai do detalhe à abrangência de uma paisagem toda, ampliando ângulos em busca do que faz feliz. Se você fica mal? Certamente! A pessoa adorável é muito sensível. O que o difere é que você não faz alarde, não se demora na dor. Não a propaga. Ver humor no que não está dando muito certo é uma ótima maneira de ver uma situação por uma prisma inesperado. Adoráveis são os divertidos que enquanto se divertem vivendo, entendem o preciosismo das coisas menores e a importância de baixar a expectativa do olhar.
Disponíveis e calorosas são as mãos do adorável chamando para fazer a ciranda rodar.
O adorável me distrai e me atrai. Dádiva do bom humor que faz o belo parecer mais belo, o alegre parecer mais alegre e o humano, mais humano. Ter bom humor é assumir o risco de ser feliz, pé ante pé, sem ter medo dos tropeços, dos preços e dos eternos recomeços. Adorável é ser meio bobo e conseguir rir de si mesmo. Adorável é aquele que nos faz ver o bobo que reside também em nós. O adorável, portador do estandarte da alegria e do bom humor, é você que faz tudo parecer um pouco mais especial. Coisa de gente bonita.
Você meu amor, é o adorável da minha vida. Portador da felicidade e esperança de que tudo pode ficar bem. Criança que não cresceu e acrescenta ao meu dia o açúcar do amor verdadeiro. Adulto que sabe resolver os problemas e me diz que vai dar tudo certo. Faz da minha vida bonita, alegre, verdadeira, apaixonante e inexplicavelmente adorável!
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Gente feito flor
Você pode regar gente. Gente às vezes murcha, enfraquece, gente desanima, fica sem vitamina, gente também sofre intempéries. E tantas podem ser… Então, você tem o poder da rega. Você é o jardineiro com mãos de cura, ferramentas e insumos. Feito o sorriso. Você rega gente com sorrisos. Aduba com atenção, sendo que o adubo é justamente a atenção. Você canta palavras de estímulo, não deixa a planta sozinha. Você vela madrugadas frias. Faz reza pra espantar as pragas, os mau-olhados, o olho-gordo. Você joga sobre ela a água dos sentimentos mais puros. Você bota reparo, olha com carinho, cobre, descobre, ‘vareia’ de caso para caso, e é quando algo se faz: aquele meio pedaço de gente, aquele meio pedaço de flor murchinha à quem quase mais nada se dava, ressurge nessa fração de amor. Cuidar do outro é um pouco como cuidar da gente mesmo, é como zelar pelo nosso próprio jardim . Porquê é bem desse jeito mesmo: gente que é flor feita todinha de amor.
quinta-feira, 12 de julho de 2012
Fotografia
Para ler ouvindo "Fotografia" de Leoni!
Não era nem ontem, e nós éramos um rostinho inocente posando para um retrato escolar. Olhinhos apertados, espertos, ávidos por ver a vida crescer. Crescemos nós. Já no mundo adulto, aquela foto da escola perdeu-se em alguma caixa parda que guarda fotografias do tempo em que elas eram reveladas. Eram aguardadas no suspense de seu conteúdo. Havia prazer em esperar. Fala-se disso:
- As fotos ficaram boas? - Vem aqui em casa pra ver!. Diálogos dos século passado.
O mundo adulto, hoje, é cheio de pressa. Nem bem viveu-se algo, e esse algo já foi postado em alguma rede. Desfruta de uns segundos de visibilidade, para depois perder-se, em memórias cibernéticas. Será que as crianças de hoje ainda tiram fotos do tipo grupinho escolar? Todas as carinhas reunidas, professora do lado, e um fotógrafo gorducho mandando fazer xis.
Não há muito tempo para esperas e aguardos. Hoje, é tudo para hoje. Será que no meio de tanta aceleração, dá tempo de se perguntar onde estarão aqueles meninos e meninas do nosso retrato escolar? Caminhos que nos engolem enquanto tentamos acrescentar alguns minutos à mais nas nossas horas corridas, e lá se foram os nossos primeiros melhores amigos.
A que se presta esta nostalgia? Serventia prática, nenhuma! Pensamentos miúdos não se prestam. Eles prezam. Prezam alguma coisa de valor que vai se perdendo pra não se perder tempo, e que podia ‘não’.
Podia-se não perder contato com as pessoas queridas.
Podia-se responder os e-mails com muito mais palavras.
Podia-se telefonar ao invés de encurtar tudo por sms.
Podia-se ganhar da preguiça e chamar amigos pra um jantarzinho.
Podia-se ultrapassar o tédio e organizar uma viagem.
Podia-se fazer mais visitas, pra se ver ao vivo e à cores.
Podia-se escrever uma carta, pra lembrar da própria caligrafia.
Podia-se largar mão de artificialidades e conversar com mais vontade.
Podia-se deixar pra lá a vaidade, e expor os sentimentos com mais verdade.
Podia-se deixar o orgulho de lado e procurar reacender os afetos congelados.
Podia-se dar um tempo aos formalismos das relações, e sair por aí, abraçando os outros,
beijando os outros, olhando nos olhos dos outros…
Podia-se redescobrir aquele amigo, daquele tempo, e surpreender…
Em meio à tantas metas e prazos, a gente sabe que é na companhia do outro, na intenção e na atenção dedicados à amizade e ao encontro que a vida faz sentido. Sem perder tempo com as miudezas que importam, perdemo-nos todos. Perdidos e acelerados, periga que um dia, a gente não se ache mais.
‘Ultimamente têm passado muitos anos.’
Rubem Braga
Não era nem ontem, e nós éramos um rostinho inocente posando para um retrato escolar. Olhinhos apertados, espertos, ávidos por ver a vida crescer. Crescemos nós. Já no mundo adulto, aquela foto da escola perdeu-se em alguma caixa parda que guarda fotografias do tempo em que elas eram reveladas. Eram aguardadas no suspense de seu conteúdo. Havia prazer em esperar. Fala-se disso:
- As fotos ficaram boas? - Vem aqui em casa pra ver!. Diálogos dos século passado.
O mundo adulto, hoje, é cheio de pressa. Nem bem viveu-se algo, e esse algo já foi postado em alguma rede. Desfruta de uns segundos de visibilidade, para depois perder-se, em memórias cibernéticas. Será que as crianças de hoje ainda tiram fotos do tipo grupinho escolar? Todas as carinhas reunidas, professora do lado, e um fotógrafo gorducho mandando fazer xis.
Não há muito tempo para esperas e aguardos. Hoje, é tudo para hoje. Será que no meio de tanta aceleração, dá tempo de se perguntar onde estarão aqueles meninos e meninas do nosso retrato escolar? Caminhos que nos engolem enquanto tentamos acrescentar alguns minutos à mais nas nossas horas corridas, e lá se foram os nossos primeiros melhores amigos.
A que se presta esta nostalgia? Serventia prática, nenhuma! Pensamentos miúdos não se prestam. Eles prezam. Prezam alguma coisa de valor que vai se perdendo pra não se perder tempo, e que podia ‘não’.
Podia-se não perder contato com as pessoas queridas.
Podia-se responder os e-mails com muito mais palavras.
Podia-se telefonar ao invés de encurtar tudo por sms.
Podia-se ganhar da preguiça e chamar amigos pra um jantarzinho.
Podia-se ultrapassar o tédio e organizar uma viagem.
Podia-se fazer mais visitas, pra se ver ao vivo e à cores.
Podia-se escrever uma carta, pra lembrar da própria caligrafia.
Podia-se largar mão de artificialidades e conversar com mais vontade.
Podia-se deixar pra lá a vaidade, e expor os sentimentos com mais verdade.
Podia-se deixar o orgulho de lado e procurar reacender os afetos congelados.
Podia-se dar um tempo aos formalismos das relações, e sair por aí, abraçando os outros,
beijando os outros, olhando nos olhos dos outros…
Podia-se redescobrir aquele amigo, daquele tempo, e surpreender…
Em meio à tantas metas e prazos, a gente sabe que é na companhia do outro, na intenção e na atenção dedicados à amizade e ao encontro que a vida faz sentido. Sem perder tempo com as miudezas que importam, perdemo-nos todos. Perdidos e acelerados, periga que um dia, a gente não se ache mais.
‘Ultimamente têm passado muitos anos.’
Rubem Braga
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Carta III
(...)
"Embora seja a pessoa mais corajosa que eu conheça deve se sentir no direito de ter medo, entretanto não deve deixar o medo tomar conta da sua vida e impedí-la de realizar seu sonhos. Não tenha medo de sonhar, não tenha medo de desejar coisas ou situações que não teve ou não vivenciou, cada pessoa no mundo tem sua parcela de cicatrizes, elas não devem fazer com que você tenha medo. Ame e não tenha medo de amar. Se agarre ao amor enquanto pode, lute para que ele a transforme e não tenha medo de desejar ter uma família. As pessoas são diferentes, abelhinha, nem todo mundo comete os mesmos erros. O amor pode dar certo para você. Ame a si mesma e assim estará pronta para dedicar seu coração a outra pessoa."
(...)
"Estude muito, se esforce para que seus sonhos sejam realizados com honra e integridade, não deixe que a ambição influencie nos seus objetivos, não esqueça os seus valores que já são tão sólidos mesmo você ainda sendo uma menina. Quando for uma grande profissional não deixe que isso se sobreponha a sua família, não deixe que os compromissos do dia a dia ou o desejo de fazer justiça tome o lugar que deve ser dedicado a sua família. Você será uma boa mãe, não importa o quanto diga que não quer ter filhos. Você terá."
(...)
"Não tenha medo de ser feliz, a felicidade lhe espera logo ao lado de braços abertos. Continue forte, leal, justa, íntegra, corajosa, engraçada e não esqueça que você é linda por dentro e por fora, que seus valores e suas percepções de mundo são mais aguçadas que as da maioria das pessoas, que muitas oportunidades lhe foram dadas e com isso muitas responsabilidades devem ser assumidas. Não se esqueça que você é privilegiada e que é acima de tudo muito amada."
(...)
PS.: Eu sei que a carta é nossa, mas também sei que você lê o blog de vez em quando. A saudade virou dor crônica como a artrite e a artrose dos velhinhos!
"Embora seja a pessoa mais corajosa que eu conheça deve se sentir no direito de ter medo, entretanto não deve deixar o medo tomar conta da sua vida e impedí-la de realizar seu sonhos. Não tenha medo de sonhar, não tenha medo de desejar coisas ou situações que não teve ou não vivenciou, cada pessoa no mundo tem sua parcela de cicatrizes, elas não devem fazer com que você tenha medo. Ame e não tenha medo de amar. Se agarre ao amor enquanto pode, lute para que ele a transforme e não tenha medo de desejar ter uma família. As pessoas são diferentes, abelhinha, nem todo mundo comete os mesmos erros. O amor pode dar certo para você. Ame a si mesma e assim estará pronta para dedicar seu coração a outra pessoa."
(...)
"Estude muito, se esforce para que seus sonhos sejam realizados com honra e integridade, não deixe que a ambição influencie nos seus objetivos, não esqueça os seus valores que já são tão sólidos mesmo você ainda sendo uma menina. Quando for uma grande profissional não deixe que isso se sobreponha a sua família, não deixe que os compromissos do dia a dia ou o desejo de fazer justiça tome o lugar que deve ser dedicado a sua família. Você será uma boa mãe, não importa o quanto diga que não quer ter filhos. Você terá."
(...)
"Não tenha medo de ser feliz, a felicidade lhe espera logo ao lado de braços abertos. Continue forte, leal, justa, íntegra, corajosa, engraçada e não esqueça que você é linda por dentro e por fora, que seus valores e suas percepções de mundo são mais aguçadas que as da maioria das pessoas, que muitas oportunidades lhe foram dadas e com isso muitas responsabilidades devem ser assumidas. Não se esqueça que você é privilegiada e que é acima de tudo muito amada."
(...)
PS.: Eu sei que a carta é nossa, mas também sei que você lê o blog de vez em quando. A saudade virou dor crônica como a artrite e a artrose dos velhinhos!
quarta-feira, 23 de maio de 2012
Rezar
Rezar é bacana. Acalma a alma e faz alguma coisa acontecer na sequência com a mesma naturalidade do sol. Afasta o fantasma do medo. Meio parecido com o amor, aquele abstrato absoluto que feito oração, é tão recitado. Como o amor, uma oração é um mergulho que não se dá em água rasas. Não casa com superficialidade, tem que ir um pouco mais para dentro. Às vezes, tem até que faltar o ar para a gente lembrar de rezar. Rezar que não é somente uma repetição de palavras bonitas mas também o cavocar do chão de dentro em busca do fio condutor. O fio que nos liga ao infinito que nos rega de águas frescas pela janela que nunca se fecha. Mas como?
A gente se pergunta: Para quem se reza? Por que se reza? Para quê?
Você fecha seus olhos, encolhe-se em suas entranhas e busca. Rezar é como sair para procurar. O retorno, o caminho de volta ao colo que nos embala na origem. Na essência. A gente quer o encontro. Reza-se ao incomensurável que parece maior que tudo e ao mesmo tempo parece estar ao alcance de um abrir e fechar de nossos olhos. Reza-se porque somos frágeis e porque adoramos o mistério. Rezamos pela ligação inegável que temos com o infinito na tentativa tão bonita de re-ligar. Unir nossa humanidade com a nossa divindade. Rezamos para pedir. Um pouco mais de calma, um pouco mais de sabedoria. Saúde, prosperidade, amor, perdão, rezamos pelo imaterial. Pedimos luz para nossos corações-candeeiros. E sempre somos atendidos, mesmo quando isso passa despercebido. Toda prece faz sentido.
Parece-me, no entanto, que a forma mais genuína de oração é o ‘agradecer’. Deixar desfilar pela consciência todos os benefícios dos nossos dias: O osso que quebrou e colou, o osso que não quebrou, a vizinha que baixou o som, o primeiro passo de uma recuperação, a beleza de uma nova estação. Agradecemos por não ter sido pior e pelo melhor que conseguiu acontecer. Agradecemos os sorrisos que são tantos, e agradecemos as águas do nosso pranto. A gente agradece as marcas que ficam. Na pele, nos olhos, na alma, na vida. A gente agradece as cicatrizes, nossas tatuagens, símbolos de superação. A gente agradece a miríade de sentimentos sentidos, e agradece todos os sentidos que dão sentido à vida de cada um. A gente agradece a grandiosidade da vida e as pequenezas que nos fazem tão bem. A gente reza.
E assim acontece. A cada manhã, antes de dormir, no meio de uma dor, de um desespero, na agudez de uma angústia, no êxtase de uma conquista, no agradecer de tantas graças. Em cada par de olhos, uma oração. É estranho. Bastante estranho esse mundo de estranhezas bonitas. A fé. O sal de toda prece que à quase tudo parece poder transformar, pode fazer de um muito simples abrir e fechar de olhos que acredita na vida um gesto de que salva, que transforma carência em coragem, em força, em alegria e em muito mais amor para nossas vidas. A fé é a água fresca que liberta-nos da dor . É linda, brilha e como um ser sussurrante que se esbalda dentro da gente, quer sempre nos lembrar : num abrir e fechar de olhos tudo pode mudar.
A gente se pergunta: Para quem se reza? Por que se reza? Para quê?
Você fecha seus olhos, encolhe-se em suas entranhas e busca. Rezar é como sair para procurar. O retorno, o caminho de volta ao colo que nos embala na origem. Na essência. A gente quer o encontro. Reza-se ao incomensurável que parece maior que tudo e ao mesmo tempo parece estar ao alcance de um abrir e fechar de nossos olhos. Reza-se porque somos frágeis e porque adoramos o mistério. Rezamos pela ligação inegável que temos com o infinito na tentativa tão bonita de re-ligar. Unir nossa humanidade com a nossa divindade. Rezamos para pedir. Um pouco mais de calma, um pouco mais de sabedoria. Saúde, prosperidade, amor, perdão, rezamos pelo imaterial. Pedimos luz para nossos corações-candeeiros. E sempre somos atendidos, mesmo quando isso passa despercebido. Toda prece faz sentido.
Parece-me, no entanto, que a forma mais genuína de oração é o ‘agradecer’. Deixar desfilar pela consciência todos os benefícios dos nossos dias: O osso que quebrou e colou, o osso que não quebrou, a vizinha que baixou o som, o primeiro passo de uma recuperação, a beleza de uma nova estação. Agradecemos por não ter sido pior e pelo melhor que conseguiu acontecer. Agradecemos os sorrisos que são tantos, e agradecemos as águas do nosso pranto. A gente agradece as marcas que ficam. Na pele, nos olhos, na alma, na vida. A gente agradece as cicatrizes, nossas tatuagens, símbolos de superação. A gente agradece a miríade de sentimentos sentidos, e agradece todos os sentidos que dão sentido à vida de cada um. A gente agradece a grandiosidade da vida e as pequenezas que nos fazem tão bem. A gente reza.
E assim acontece. A cada manhã, antes de dormir, no meio de uma dor, de um desespero, na agudez de uma angústia, no êxtase de uma conquista, no agradecer de tantas graças. Em cada par de olhos, uma oração. É estranho. Bastante estranho esse mundo de estranhezas bonitas. A fé. O sal de toda prece que à quase tudo parece poder transformar, pode fazer de um muito simples abrir e fechar de olhos que acredita na vida um gesto de que salva, que transforma carência em coragem, em força, em alegria e em muito mais amor para nossas vidas. A fé é a água fresca que liberta-nos da dor . É linda, brilha e como um ser sussurrante que se esbalda dentro da gente, quer sempre nos lembrar : num abrir e fechar de olhos tudo pode mudar.
segunda-feira, 21 de maio de 2012
O moço que entrega panfletos
Arrumo o meu cabelo e ele ajeita a camiseta. Existe alguma coisa entre nós: uma vontade mútua de não sermos cinzas. Van Gogh nos borrou de verde-água, e agora nós dois nos reconhecemos, apesar da multidão. Eu, a moça que sai da faculdade, e ele, o moço que entrega panfletos do dentista. É claro que eu sou muito mais do que uma moça que sai da faculdade e ele é muito mais do que um moço que entrega panfletos na rua. Mas tudo o que sei sobre ele é que uma obturação custa menos de dez reais e tudo o que ele sabe de mim é que meu sorriso é amplo e gratuito. Assim, a nossa relação gira em torno de dentes: fortes e insuperáveis. A multidão me atropela, assim como atropela e pisoteia os seus panfletos, mas eu paro por nove segundos, como se apanhasse a última edição do jornal, leio as suas manchetes odontológicas, sorrio ao meu amigo e digo... muito obrigada! A multidão o atropela, assim como atropela e pisoteia os meus amuletos, mas ele para por nove segundos, como se me entregasse os mais belos poemas camuflados, sorri e me diz... boa noite! E eu vou embora, com o nosso segredo guardado no bolso. Ali está meu cavaleiro andante e sua armadura de plástico, colorida, com os preços estampados.
P.S: o texto tem no mínimo 5 anos, certas poesias nunca mudam.
P.S: o texto tem no mínimo 5 anos, certas poesias nunca mudam.
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Oração
Chega o momento de analisar mais um ano que passou e os desejos para o próximo ano, e não, não é ano novo. É aniversário novo, a virada do ano só acontece quando mais um ano de vida se conclui e se reinicia. Como um relógio que contabiliza cada segundo já vivido, consegue guardar cada alegria e mágoa presenciada. O relógio que mais parece o olho que tudo vê e tudo sabe. Quando este relógio traduz-se em sua última e primeira badalada eu rezo.
Para que o ano que passou fique guardado para sempre na minha memória e eu saiba diferenciar o que deve ser guardado como aprendizado e o que deve apenas passar. Para que eu possa perdoar todas as atitudes e pessoas que me magoram e não deixe que elas me tornem uma pessoa amargurada e triste. Para que o rancor seja substituído pela capacidade de perdoar. Para que eu consiga libertar a tristeza e a dor que vivem em um lugar guardado no meu coração e nunca mais possa aprisioná-las dentro de mim. Para que eu possa perceber que nem toda a tristeza do mundo deve sobrepujar nem que seja um segundo da minha alegria.
Para que os medos que sinto não me tornem sua prisioneira. Para que minhas inseguranças não me impeçam de ir em frente e lutar pelos meus sonhos. Para que minhas vaidades não se transformem em alimento para o meu ego. Para que minha humildade seja minha maior qualidade. Para que minha vontade de ser boa não esmoreça diante dos dias em que estou descrente da humanidade. Para que eu teime em acreditar nas pessoas e na capacidade que elas têm de serem melhores. Para que minha ingenuidade seja preservada diante das minhas ideologias e capacidade de sonhar.
Para que eu ame. Para que minha capacidade de amar seja proporcional a vontade que sinto de ser feliz. Para que o amor que sinto seja ampliado a cada batida do meu coração. Para que a felicidade que esse sentimento me traz faça de mim uma pessoa melhor. Para que meu egoísmo seja substituído pela vontade de fazer o outro feliz. Para que meu ciúme não se sobreponha aos bons sentimentos que carrego. Para que eu tenha a oportunidade de dizer “eu te amo”. Para que o amor seja o alimento que me sustenta.
Para que a busca da minha vida seja a felicidade. Para que eu não esqueça quem eu sou e de onde vim. Para que não esqueça quem eu quero ser. Para que minha vontade de ser boa profissional não se torne uma ambição. Para que o dinheiro seja apenas dinheiro. Para que as pessoas que amo sejam sempre prioridade. Para que minha casa seja morada de Deus.
Para que minha capacidade de acreditar em mudanças não se acabe. Para que eu saiba valorizar os sonhos alheios. Para que eu amadureça. Para que eu saiba valorizar cada sorriso a mim direcionado. Para que eu não perca minha fé. Para possa ser uma pessoa melhor. Para que minha vontade de viver e ser feliz não acabe.
Amém.
quinta-feira, 26 de abril de 2012
Calma, Marília!
Calma não é exatamente o sentimento mais fácil de sentir. A gente quer a calma e até sonha com ela. Faz um cenário: uma varanda branca, um mar bem azul, perfumosos aromas florais e muitas árvores dançando suas folhas ao sabor de um vento quente pra relaxar. Imaginamos a calma habitando um lugar perfeito à prova de incomodações e chatices. E deixa ela lá, de férias perpétuas. Só que a gente precisa dela aqui. Sempre perto. Frequente. Constante. Amiga. E precisamos dela justamente nas ocasiões em que ela parece não se habituar:
A fila do banco. O trânsito das seis. A birra do filho. O ciúme do ser amado. O telefone que não toca. Ou toca na hora errada. O negócio que não anda. O relógio que corre. A balança que dispara. E ainda são as cólicas, a dor de cabeça, as costas que travam. Metas, projetos, prazos, contas, atrasos, decepções. E o indefectível estresse, que nunca se faz de rogado. Como alcançar as mãos delicadas da calma em meio ao pequeno caos diário a que nos submetemos?
Como convencê-la a ficar por perto, mesmo que às vezes a paisagem pareça um pouco árida? Creio ser preciso que ela independa do meio, que ela sinta-se bem dentro da gente como se fôssemos um pequeno oásis . Cultivá-la através de pequenos gestos que garantam seu reinado para que ela possa nos protejer com sua aura de azulados tons . Fortalecida por muitos gestos, seja tão abundante que os percalços não a intimidem. Flor por flor, há um jardim inteiro pra plantar e cultivar. Depende da gente. Sorte nossa que ela não é muito complicada e inspira-nos a traçar um caminho muito simples, aquelas atitudes que a gente até sabe, mas que é sempre muito útil lembrar. Para a calma ficar é sempre bom:
Tomar um ar
dar um tempo e aceitar,
Voltar-se pra dentro
fazer uma oração e confiar,
Chorar se der vontade
pedir colo e desabafar,
Ter um olhar abrangente
ser positivo e nunca se acomodar,
Acreditar no possível
soltar a imaginação e sonhar,
Ocupar as mãos
trabalhar mas saber a hora de parar,
Manter os pés no chão
mas do vôo de impossíveis não se amedrontar,
Gostar da vida
gostar da pessoas e nelas se demorar,
Descomplicar, simplificar
não perder tempo e respirar,
E quando tudo parecer agudo demais
soltar a corda, soltar as rédeas
e recomeçar.
A calma tem uma grande aliada, a sabedora, uma grande mania, a alegria, e uma sede tenaz:
Calma é flor que tem que ser regada todo santo dia!
A fila do banco. O trânsito das seis. A birra do filho. O ciúme do ser amado. O telefone que não toca. Ou toca na hora errada. O negócio que não anda. O relógio que corre. A balança que dispara. E ainda são as cólicas, a dor de cabeça, as costas que travam. Metas, projetos, prazos, contas, atrasos, decepções. E o indefectível estresse, que nunca se faz de rogado. Como alcançar as mãos delicadas da calma em meio ao pequeno caos diário a que nos submetemos?
Como convencê-la a ficar por perto, mesmo que às vezes a paisagem pareça um pouco árida? Creio ser preciso que ela independa do meio, que ela sinta-se bem dentro da gente como se fôssemos um pequeno oásis . Cultivá-la através de pequenos gestos que garantam seu reinado para que ela possa nos protejer com sua aura de azulados tons . Fortalecida por muitos gestos, seja tão abundante que os percalços não a intimidem. Flor por flor, há um jardim inteiro pra plantar e cultivar. Depende da gente. Sorte nossa que ela não é muito complicada e inspira-nos a traçar um caminho muito simples, aquelas atitudes que a gente até sabe, mas que é sempre muito útil lembrar. Para a calma ficar é sempre bom:
Tomar um ar
dar um tempo e aceitar,
Voltar-se pra dentro
fazer uma oração e confiar,
Chorar se der vontade
pedir colo e desabafar,
Ter um olhar abrangente
ser positivo e nunca se acomodar,
Acreditar no possível
soltar a imaginação e sonhar,
Ocupar as mãos
trabalhar mas saber a hora de parar,
Manter os pés no chão
mas do vôo de impossíveis não se amedrontar,
Gostar da vida
gostar da pessoas e nelas se demorar,
Descomplicar, simplificar
não perder tempo e respirar,
E quando tudo parecer agudo demais
soltar a corda, soltar as rédeas
e recomeçar.
A calma tem uma grande aliada, a sabedora, uma grande mania, a alegria, e uma sede tenaz:
Calma é flor que tem que ser regada todo santo dia!
terça-feira, 17 de abril de 2012
Chico
Chico Buarque é o meu amor mais antigo. Aos três anos cantava suas músicas quando mal sabia falar. Aos sete usei sua música para dançar ballet. Aos 15 cantei sua música para o primeiro rapaz que gostei e ele não entendeu. Aos 21 anos cantei sua música para sentir profundamente uma tristeza e colocar o dedo na ferida. Aos 22 anos descobri que conseguia sentir uma amor mais forte do que o que eu sentia pelo Chico, passei a usar suas músicas como trilha sonora para minha vida amorosa.
Aprendi a gostar do Chico não só pela complexidade de suas letras, que mais parecem raios que cortam meu coração e me atingem profundamente. Passei a amar Chico pela sua militância e consciência política. Ele era a imagem dos meus pais mais polida e refinada. Chico Buarque tem tudo que um homem precisa ter para que uma mulher se apaixone por ele.
Caráter sólido, posicionamento político, inteligência refinada, senso de humor, uma pitada de cafajestismo em suas letras e olhos tão lindos que mais parecem os "olhos de ressaca" da Capitu. Milhares de mulheres mergulhariam em seus olhos e se afogariam neles de bom grado. Chico ainda ama o futebol, seu único defeito é torcer pelo Fluminense, um defeito até perdoável em meio a tantas qualidades.
O Chico Buarque é o meu relacionamento musical mais antigo e sólido, suas músicas sãos as primeiras que me lembro gostar. Entre cirandas e amarelinhas eu cantava músicas com letras que ainda nem entendia. Meu amadurecimento físico, psicológico, acadêmico e sentimental tem influência maciça do Chico e por isso agradeço.
Amarei Chico Buarque por toda minha vida, esta é uma certeza assim como o sol irá se pôr todos os dias. Eu o amarei pois não importa o que faça daqui para frente, meu coração já sensibilizado reconhece sua voz e derrete-se como biscoito de manteiga. Ele ocupará sempre um lugar privilegiado em meu coração.
Sou completamente apaixonada pelo Chico Buarque, é uma constatação. Meninas de todas as idades são. Não importa se são meninas de 60 anos ou de 15 anos, todas serão sempre meninas na frente do seu amor.
Porém tenho um segredo para contar. Eu tenho um Chico Buarque só meu. Claro que ele não atende pelo nome de Chico nem tem sua idade, mas ando suspeitando que existem muitas semelhanças entre os dois. Para minha surpresa , o amor da minha vida até entende que eu também posso amar o Chico e isso é muito generoso. Não posso revelar mais detalhes, pois assim como milhares de mulheres se apaixonaram pelo Chico oficial o meu Chico, só meu, também pode despertar este sentimento!
Aprendi a gostar do Chico não só pela complexidade de suas letras, que mais parecem raios que cortam meu coração e me atingem profundamente. Passei a amar Chico pela sua militância e consciência política. Ele era a imagem dos meus pais mais polida e refinada. Chico Buarque tem tudo que um homem precisa ter para que uma mulher se apaixone por ele.
Caráter sólido, posicionamento político, inteligência refinada, senso de humor, uma pitada de cafajestismo em suas letras e olhos tão lindos que mais parecem os "olhos de ressaca" da Capitu. Milhares de mulheres mergulhariam em seus olhos e se afogariam neles de bom grado. Chico ainda ama o futebol, seu único defeito é torcer pelo Fluminense, um defeito até perdoável em meio a tantas qualidades.
O Chico Buarque é o meu relacionamento musical mais antigo e sólido, suas músicas sãos as primeiras que me lembro gostar. Entre cirandas e amarelinhas eu cantava músicas com letras que ainda nem entendia. Meu amadurecimento físico, psicológico, acadêmico e sentimental tem influência maciça do Chico e por isso agradeço.
Amarei Chico Buarque por toda minha vida, esta é uma certeza assim como o sol irá se pôr todos os dias. Eu o amarei pois não importa o que faça daqui para frente, meu coração já sensibilizado reconhece sua voz e derrete-se como biscoito de manteiga. Ele ocupará sempre um lugar privilegiado em meu coração.
Sou completamente apaixonada pelo Chico Buarque, é uma constatação. Meninas de todas as idades são. Não importa se são meninas de 60 anos ou de 15 anos, todas serão sempre meninas na frente do seu amor.
Porém tenho um segredo para contar. Eu tenho um Chico Buarque só meu. Claro que ele não atende pelo nome de Chico nem tem sua idade, mas ando suspeitando que existem muitas semelhanças entre os dois. Para minha surpresa , o amor da minha vida até entende que eu também posso amar o Chico e isso é muito generoso. Não posso revelar mais detalhes, pois assim como milhares de mulheres se apaixonaram pelo Chico oficial o meu Chico, só meu, também pode despertar este sentimento!
terça-feira, 27 de março de 2012
A Redoma, o Cercado e o Silêncio
Se eu pudesse colocaria uma redoma em volta do amor e nada no mundo poderia tocá-lo. Os problemas e preocupações do dia-a-dia nunca poderiam atingi-lo e nada o perturbaria. O amor seria sempre calmo e leve como as nuvens de algodão.
Se eu pudesse colocaria cercados em volta do amor e nada no mundo se aproximaria dele. Pessoas mal intencionadas não chegariam perto, eu dormiria tranquila sabendo que o amor estava protegido de intrusos ou ladrões que queiram roubá-lo de mim. O amor seria meu e estaria sempre a minha espera.
Se eu pudesse decretaria o silêncio ao redor do amor e ninguém no mundo falaria com ele além de mim. Vozes feias e estranhas jamais perturbariam o amor e ele só ouviria o canto dos pássaros e as vozes mais bonitas do mundo, porque eu pessoalmente as selecionaria. O amor estaria sempre em um ópera moderna e ouviria apenas a mim.
Mas eu não posso e não quero.
Uma redoma impediria que o amor sentisse o vento e o gosto da chuva, ele não veria o sol nem os arco-íris que se formam, não veria as cores e não saberia como é o gosto da liberdade. O amor seria calmo e nunca me surpreenderia, seria dia após dia nuvens de algodão, e eu tão acostumada a tê-las não veria mais desenhos novos e não sonharia com os anjos brincando de pulá-las no céu.
Um cercado impediria que o amor conhecesse novas pessoas e ele não saberia que neste mundo imenso existem milhares delas, boas e más. O amor não saberia distingui-las, seria ludibriado por qualquer uma e talvez não percebesse que em meio as multidões alguém o ama incondicionalmente. O amor precisa de experiências para perceber que uma única pessoa deve bastar para fazê-lo feliz.
O silêncio impediria que o amor ouvisse todas as vozes do mundo. O amor não saberia o que é uma voz bonita ou feia, pois seu conceito dependeria do meu gosto. Assim o amor nunca me ensinaria algo novo, nunca me apresentaria uma nova música e nós não íamos ter uma descoberta só nossa. O amor só conheceria minha voz, como ele poderia saber que a minha voz será aquela que ele quer ouvir mesmo em meio a todas as outras vozes do mundo?
Eu quero que o amor seja livre.
Sem as redomas o amor pode caminhar com seus próprios pés e conhecer o mundo todo. Ele vai ver como o mundo pode ser belo e como pode ser feio, como existe sofrimento e felicidade em todos os lugares. Ele terá novidades sempre e se voltar para mim depois de caminhar, saberei que percebeu que sua felicidade é ao meu lado.
Sem cercado o amor saberá como é saboroso o abraço. Ele abraçará muitas pessoas e terá muitos amigos, aprenderá dia após dias a fazê-los e reconhecê-los e assim terá anjos a sua volta por uma vida inteira. O amor se sentirá pleno e feliz. Em algum momento talvez se decepcione, mas será bom, o amor aprenderá a se reerguer após uma tristeza. Talvez o amor perceba que entre tantos abraços o que mais lhe acolhe é o meu e assim queira sempre me abraçar de volta.
Sem o silêncio o amor saberá como o mundo é barulhento e como esse barulho nos faz sentir inseridos. Com tantos sons, o amor perceberá que nunca estará sozinho, se identificará com músicas e vozes, ouvirá verdades e mentiras. O amor aprenderá que a verdade deve ser dita não pelos lábios, mas sim pelo coração. Talvez o amor descubra que só o meu coração fala com ele, meus lábios adquiriram a função dos beijos. Talvez o amor descubra que minhas palavras são sempre verdade e que um "eu te amo" é tão sagrado quanto uma oração.
Se eu pudesse colocaria cercados em volta do amor e nada no mundo se aproximaria dele. Pessoas mal intencionadas não chegariam perto, eu dormiria tranquila sabendo que o amor estava protegido de intrusos ou ladrões que queiram roubá-lo de mim. O amor seria meu e estaria sempre a minha espera.
Se eu pudesse decretaria o silêncio ao redor do amor e ninguém no mundo falaria com ele além de mim. Vozes feias e estranhas jamais perturbariam o amor e ele só ouviria o canto dos pássaros e as vozes mais bonitas do mundo, porque eu pessoalmente as selecionaria. O amor estaria sempre em um ópera moderna e ouviria apenas a mim.
Mas eu não posso e não quero.
Uma redoma impediria que o amor sentisse o vento e o gosto da chuva, ele não veria o sol nem os arco-íris que se formam, não veria as cores e não saberia como é o gosto da liberdade. O amor seria calmo e nunca me surpreenderia, seria dia após dia nuvens de algodão, e eu tão acostumada a tê-las não veria mais desenhos novos e não sonharia com os anjos brincando de pulá-las no céu.
Um cercado impediria que o amor conhecesse novas pessoas e ele não saberia que neste mundo imenso existem milhares delas, boas e más. O amor não saberia distingui-las, seria ludibriado por qualquer uma e talvez não percebesse que em meio as multidões alguém o ama incondicionalmente. O amor precisa de experiências para perceber que uma única pessoa deve bastar para fazê-lo feliz.
O silêncio impediria que o amor ouvisse todas as vozes do mundo. O amor não saberia o que é uma voz bonita ou feia, pois seu conceito dependeria do meu gosto. Assim o amor nunca me ensinaria algo novo, nunca me apresentaria uma nova música e nós não íamos ter uma descoberta só nossa. O amor só conheceria minha voz, como ele poderia saber que a minha voz será aquela que ele quer ouvir mesmo em meio a todas as outras vozes do mundo?
Eu quero que o amor seja livre.
Sem as redomas o amor pode caminhar com seus próprios pés e conhecer o mundo todo. Ele vai ver como o mundo pode ser belo e como pode ser feio, como existe sofrimento e felicidade em todos os lugares. Ele terá novidades sempre e se voltar para mim depois de caminhar, saberei que percebeu que sua felicidade é ao meu lado.
Sem cercado o amor saberá como é saboroso o abraço. Ele abraçará muitas pessoas e terá muitos amigos, aprenderá dia após dias a fazê-los e reconhecê-los e assim terá anjos a sua volta por uma vida inteira. O amor se sentirá pleno e feliz. Em algum momento talvez se decepcione, mas será bom, o amor aprenderá a se reerguer após uma tristeza. Talvez o amor perceba que entre tantos abraços o que mais lhe acolhe é o meu e assim queira sempre me abraçar de volta.
Sem o silêncio o amor saberá como o mundo é barulhento e como esse barulho nos faz sentir inseridos. Com tantos sons, o amor perceberá que nunca estará sozinho, se identificará com músicas e vozes, ouvirá verdades e mentiras. O amor aprenderá que a verdade deve ser dita não pelos lábios, mas sim pelo coração. Talvez o amor descubra que só o meu coração fala com ele, meus lábios adquiriram a função dos beijos. Talvez o amor descubra que minhas palavras são sempre verdade e que um "eu te amo" é tão sagrado quanto uma oração.
terça-feira, 20 de março de 2012
Laço de Sorte
A família nunca foi tão moderna assim como nunca foi tão moderno ser/ter família. Papai, mamãe, filhinho, avô, tio, irmão. Família é muito bom, e irmão é um capítulo à parte. Ou um livro inteiro. De aventuras. Irmão acaba sendo um pouco como alma gêmea. Não parece? A gente ama porquê ama.
Ser irmão é ser cúmplice. É ter um cúmplice, sempre e em tudo. Nas lembranças, na história, nos passos dados, nas dores, nos dissabores. Irmão é incondicional. Tem um sorriso guardado dentro de nós que é só deles. De mais ninguém. Ter um irmão é não estar só no mundo. Nunca. Mesmo quando eles não estão. E são tantos tipos…
Os que não se largam, os reservados, os que guardam mágoas, os desapegados. Tem irmão mais velho, irmão mais novo, e tem o irmão do meio que não gosta de beijo. Tem gente que tem irmão em penca, tem gente que é filho único e sai transformando todo mundo em irmão. Tem irmão que consegue ser mais que irmão. Vira mago, fada, pai, mãe, mestre, filho, amor!
Pensar nisso me dá um arrepio na espinha, termo antigo para tentar falar que irmão, pra mim, é uma ligação meio mágica, ligação composta de sangue e umas partículas mágicas que nos fazem parecidos por dentro e por fora. Eu suspiro porquê cada momento da minha vida, os de criança em especial, foram agraciados com essa presença. A vida é mais bonita por isso. Família e irmãos.
Bem perto, distante, ou super presente, a gente pode até nem se falar, mas esse tipo de amor é feito de um laço muito bem dado que nada nem coisa nenhuma é capaz de desfazer.
Irmão é laço de sorte que dura pra sempre. É muita sorte!
Ser irmão é ser cúmplice. É ter um cúmplice, sempre e em tudo. Nas lembranças, na história, nos passos dados, nas dores, nos dissabores. Irmão é incondicional. Tem um sorriso guardado dentro de nós que é só deles. De mais ninguém. Ter um irmão é não estar só no mundo. Nunca. Mesmo quando eles não estão. E são tantos tipos…
Os que não se largam, os reservados, os que guardam mágoas, os desapegados. Tem irmão mais velho, irmão mais novo, e tem o irmão do meio que não gosta de beijo. Tem gente que tem irmão em penca, tem gente que é filho único e sai transformando todo mundo em irmão. Tem irmão que consegue ser mais que irmão. Vira mago, fada, pai, mãe, mestre, filho, amor!
Pensar nisso me dá um arrepio na espinha, termo antigo para tentar falar que irmão, pra mim, é uma ligação meio mágica, ligação composta de sangue e umas partículas mágicas que nos fazem parecidos por dentro e por fora. Eu suspiro porquê cada momento da minha vida, os de criança em especial, foram agraciados com essa presença. A vida é mais bonita por isso. Família e irmãos.
Bem perto, distante, ou super presente, a gente pode até nem se falar, mas esse tipo de amor é feito de um laço muito bem dado que nada nem coisa nenhuma é capaz de desfazer.
Irmão é laço de sorte que dura pra sempre. É muita sorte!
quarta-feira, 7 de março de 2012
O Homem, a Mulher e o Problema
Estão ali, os três, o Homem, a Mulher e o Problema. Encaram-se mutuamente, numa mesa pequena e redonda. O Homem observa o Problema: detesta-o, não o quer ali. A Mulher, mais paciente, finge que consegue ignorar o Problema enquanto ganha tempo para resolvê-lo de uma maneira tão eficaz que o impedirá de retornar.
O Problema olha os dois e ri. Não há consenso nos métodos, então vai ficando.
O Homem e a Mulher se aproveitam de uma distração do Problema e tentam se unir contra a indesejável presença. O Homem traça retas, e todas elas apontam para saídas óbvias. Admite aqui e ali algumas perdas, mas o Problema estaria, a seu ver, resolvido.
A Mulher se indigna. Não pode ser tão simples. Há tanta complexidade nas causas da presença do Problema que lhe parece leviano tratá-lo de maneira tão sumária. As respostas do Homem a fazem espumar, tanta síntese só pode ser fruto de uma única razão: o Homem não está dando a mínima ao Problema. Não pode ele resolver em minutos o que tomou dela tantos tantas horas de reflexões e parece comprometer uma série de situaões passadas e eventualidades futuras.
O Problema olha os dois e ri. Não há consenso nos métodos, então ele pode ficar.
O Homem se entedia. Está ouvindo a Mulher falar as mesmas coisas de formas diferentes, voltar aos pontos anteriores, ela parece demonstrar uma imensa dificuldade em aceitar que, para expulsar o Problema, talvez haja algum prejuízo. “Nunca jogou bola, dá nisso”, pensa o Homem. Perde-se aqui, ganha-se lá na frente, ele pensa. Já cansou de na mesma noite perder um jogo, ver cronômetro e placar zerarem e ganhar a próxima. “Se ela vai ficar só se repetindo, não preciso ouvir”, ele decide.
Ao notar isso, a Mulher definitivamente deixa o Problema de lado. Sua questão agora é o Homem e sua insensibilidade, sua incapacidade diante do Problema. Ela retorna a questões ainda mais anteriores, que já demonstravam que ele não seria hábil o suficiente no dia em que porventura o Problema surgisse. O Homem brada em retas, a Mulher dança em círculos, num ritual primitivo em torno da fogueira das vaidades.
De longe, o Problema olha os dois e ri. Eles já o esqueceram, então ele pode ficar, como os outros Problemas que eles destilam agora diante de si.
O Problema olha os dois e ri. Não há consenso nos métodos, então vai ficando.
O Homem e a Mulher se aproveitam de uma distração do Problema e tentam se unir contra a indesejável presença. O Homem traça retas, e todas elas apontam para saídas óbvias. Admite aqui e ali algumas perdas, mas o Problema estaria, a seu ver, resolvido.
A Mulher se indigna. Não pode ser tão simples. Há tanta complexidade nas causas da presença do Problema que lhe parece leviano tratá-lo de maneira tão sumária. As respostas do Homem a fazem espumar, tanta síntese só pode ser fruto de uma única razão: o Homem não está dando a mínima ao Problema. Não pode ele resolver em minutos o que tomou dela tantos tantas horas de reflexões e parece comprometer uma série de situaões passadas e eventualidades futuras.
O Problema olha os dois e ri. Não há consenso nos métodos, então ele pode ficar.
O Homem se entedia. Está ouvindo a Mulher falar as mesmas coisas de formas diferentes, voltar aos pontos anteriores, ela parece demonstrar uma imensa dificuldade em aceitar que, para expulsar o Problema, talvez haja algum prejuízo. “Nunca jogou bola, dá nisso”, pensa o Homem. Perde-se aqui, ganha-se lá na frente, ele pensa. Já cansou de na mesma noite perder um jogo, ver cronômetro e placar zerarem e ganhar a próxima. “Se ela vai ficar só se repetindo, não preciso ouvir”, ele decide.
Ao notar isso, a Mulher definitivamente deixa o Problema de lado. Sua questão agora é o Homem e sua insensibilidade, sua incapacidade diante do Problema. Ela retorna a questões ainda mais anteriores, que já demonstravam que ele não seria hábil o suficiente no dia em que porventura o Problema surgisse. O Homem brada em retas, a Mulher dança em círculos, num ritual primitivo em torno da fogueira das vaidades.
De longe, o Problema olha os dois e ri. Eles já o esqueceram, então ele pode ficar, como os outros Problemas que eles destilam agora diante de si.
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
Ao amor
O Amor é abstrato.
Talvez o abstrato mais citado e desejado
entre tanta coisa abstrata que nos cerca.
O Amor é imensidão.
Talvez o mais imenso sentimento que
somos capazes de sentir.
O Amor é plural.
Talvez seja soma, talvez multiplicação,
jamais diminuição.
O Amor é necessidade.
Talvez seja também desejo, a grande
sede de bem querer e ser bem querido.
O Amor é alimento.
Talvez o único capaz de nos manter
além de vivos, humanos.
O Amor é início.
Talvez seja o meio para que se afaste
o fim, talvez Ele nunca alcance o fim.
O Amor é tudo.
Talvez seja a partícula primeira, e feito
energia, em tudo esteja.
Sobre o Amor, toda metáfora existe,
toda poesia quer rimá-lo, toda
canção orquestrá-lo, todo ser vivente
anseia seu toque, sua proteção,
sua escolha…
Como alcançar o Amor?
Talvez uma pista para ter o amor por perto em seu amplo abraço
de tantos lados, seja lembrar que temos de ser capazes de
nos enxergar como alguém que pode ser amado.
Creio que o Amor gosta de brincar e como num afável esconde-esconde,
seja a criança que somos e que está escondida sempre dentro de nós.
Talvez o abstrato mais citado e desejado
entre tanta coisa abstrata que nos cerca.
O Amor é imensidão.
Talvez o mais imenso sentimento que
somos capazes de sentir.
O Amor é plural.
Talvez seja soma, talvez multiplicação,
jamais diminuição.
O Amor é necessidade.
Talvez seja também desejo, a grande
sede de bem querer e ser bem querido.
O Amor é alimento.
Talvez o único capaz de nos manter
além de vivos, humanos.
O Amor é início.
Talvez seja o meio para que se afaste
o fim, talvez Ele nunca alcance o fim.
O Amor é tudo.
Talvez seja a partícula primeira, e feito
energia, em tudo esteja.
Sobre o Amor, toda metáfora existe,
toda poesia quer rimá-lo, toda
canção orquestrá-lo, todo ser vivente
anseia seu toque, sua proteção,
sua escolha…
Como alcançar o Amor?
Talvez uma pista para ter o amor por perto em seu amplo abraço
de tantos lados, seja lembrar que temos de ser capazes de
nos enxergar como alguém que pode ser amado.
Creio que o Amor gosta de brincar e como num afável esconde-esconde,
seja a criança que somos e que está escondida sempre dentro de nós.
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