quinta-feira, 26 de abril de 2012

Calma, Marília!

Calma não é exatamente o sentimento mais fácil de sentir. A gente quer a calma e até sonha com ela. Faz um cenário: uma varanda branca, um mar bem azul, perfumosos aromas florais e muitas árvores dançando suas folhas ao sabor de um vento quente pra relaxar. Imaginamos a calma habitando um lugar perfeito à prova de incomodações e chatices. E deixa ela lá, de férias perpétuas. Só que a gente precisa dela aqui. Sempre perto. Frequente. Constante. Amiga. E precisamos dela justamente nas ocasiões em que ela parece não se habituar:

A fila do banco. O trânsito das seis. A birra do filho. O ciúme do ser amado. O telefone que não toca. Ou toca na hora errada. O negócio que não anda. O relógio que corre. A balança que dispara. E ainda são as cólicas, a dor de cabeça, as costas que travam. Metas, projetos, prazos, contas, atrasos, decepções. E o indefectível estresse, que nunca se faz de rogado. Como alcançar as mãos delicadas da calma em meio ao pequeno caos diário a que nos submetemos?

Como convencê-la a ficar por perto, mesmo que às vezes a paisagem pareça um pouco árida? Creio ser preciso que ela independa do meio, que ela sinta-se bem dentro da gente como se fôssemos um pequeno oásis . Cultivá-la através de pequenos gestos que garantam seu reinado para que ela possa nos protejer com sua aura de azulados tons . Fortalecida por muitos gestos, seja tão abundante que os percalços não a intimidem. Flor por flor, há um jardim inteiro pra plantar e cultivar. Depende da gente. Sorte nossa que ela não é muito complicada e inspira-nos a traçar um caminho muito simples, aquelas atitudes que a gente até sabe, mas que é sempre muito útil lembrar. Para a calma ficar é sempre bom:

Tomar um ar
dar um tempo e aceitar,
Voltar-se pra dentro
fazer uma oração e confiar,
Chorar se der vontade
pedir colo e desabafar,
Ter um olhar abrangente
ser positivo e nunca se acomodar,
Acreditar no possível
soltar a imaginação e sonhar,
Ocupar as mãos
trabalhar mas saber a hora de parar,
Manter os pés no chão
mas do vôo de impossíveis não se amedrontar,
Gostar da vida
gostar da pessoas e nelas se demorar,
Descomplicar, simplificar
não perder tempo e respirar,
E quando tudo parecer agudo demais
soltar a corda, soltar as rédeas
e recomeçar.

A calma tem uma grande aliada, a sabedora, uma grande mania, a alegria, e uma sede tenaz:
Calma é flor que tem que ser regada todo santo dia!

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