sábado, 17 de julho de 2010

Paz

Chuva torrencial lá fora. Que medo, aqui nunca chove assim. Chuva torrencial dentro de mim, tempestade que não cessa, relâmpago, trovão, dilúvio e desabamento. As encostas dos morros perto do meu coração ameaçam soterrar os sonhos que rodeiam o lugar. Já foi decretado estado de calamidade publica, as autoridades pedem pra ninguém sair de casa. Vou fazer uma cabana no meu quarto e ficar escondida até a chuva passar, espero que com ela vá embora meu medo e no fim do dia eu possa finalmente ver meu tão amado arco-íris. Ah, se essa tempestade que acontece dentro de mim fosse passageira, e um dia ela me deixasse viver uma vida de calmaria, aquela velha história da bonança. Mas comigo não é assim, e não adianta xingar, não adianta rezar, não adianta descobrir esse infinito que eu sou e que há em mim, eu preciso de uma recompensa urgente, só queria que viesse em forma de paz. Não adianta descobrir esses mistérios da vida se não consigo nem mesmo criar minha harmonia, ah eu quero paz. “ Ô meu senhor, tem paz de espírito em forma de comprimidos pra vender aqui na sua farmácia? Eu pagaria toda a minha fortuna miserável por eles, aceita cartão?” Porra, eu quero paz.

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