terça-feira, 5 de julho de 2011

O casamento

Eu poderia começar descrevendo como a igreja estava linda e como aquele clima de casamento me faz achar tudo mais brilhante. Falar sobre as flores e aquele cheiro de jasmim que ficava no ar. Poderia falar da cerimônia linda e na capacidade das pessoas se comprometerem de forma tão definitiva e irrestrita. Poderia falar nos vestidos bonitos e nos ternos, na idéia de solenidade que um evento como esse consegue gerar. Poderia falar em como os noivos estavam extraordinariamente felizes e como a noiva era a pessoa mais linda do mundo todo.
Falaria horas e horas em como foi mágico compartilhar um momento como aquele com tantas pessoas que eu amo. Poderia falar como foi realmente divertido, lindo e perfeito. Passaria horas e horas falando em como torço para que eles sejam felizes de verdade e para todo o sempre. A minha torcida é para que o conto de fadas seja eterno.
Eu falaria ainda sobre como o clima fica amoroso em uma festa como esta. Diria sem medo que o ar fica empregnado de uma coisa doce da qual eu não sei o nome. Passaria dias e dias comentando sob a sensação de participar do rito de passagem de uma amiga querida.
Mas o que eu preciso mesmo dizer é que chorar neste casamento foi a coisa mais bonita que poderia ter me acontecido. A clara compreensão do significado disso me fez ver que as rejeições que tenho para com a instituição não refletem no que eu acredito sobre os sentimentos que são pressupostos para que ela exista. Depois de tantos anos analisando relacionamentos e tentanto identificar o que é real, perceber que tenho a capacidade de acreditar no amor de novo é lindo.
A mágica da noite para mim foi me descobrir clichê e sentimental como toda garota do mundo. Me emocionar com o “sim” não pareceu mais tão errado. E meu bem, isso é incrível. Perceber que posso acreditar nos pontos positivos em detrimento dos pontos negativos me faz entender que hoje amadureço sem deixar de lado minhas crenças.
Sim, eu continuo não me achando capaz de honrar promessas. Sim eu continuo achando que entrar em uma igreja e prometer amor pela eternidade não combina comigo. Mas de agora em diante eu tentarei dar os parabéns a todos que têm a coragem suficiente de prometer o que não consigo e enxergar um caminho para o qual meus olhos continuam vendados.
Então hoje dou o braço a torcer. Adoro a mágica dos casamentos. Adoro a sensação de segurança que isso proporciona. Adoro a idéia do companheirismo que ele pode ser. Adoro o fato de que famílias de comercial de margarina podem existir. Adoro a idéia de um amor simples no dia a dia. É, a partir de hoje eu adoro casamentos.

P.S:A flor continua guardada na minha casa...

Um comentário:

  1. Acho que seu blog ou melhor, os fins dos seus textos, as mudanças de sentimento estão sendo pautados por mim..isso não é bom! KKKK

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